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Eventos movimentaram R$ 209,2 bilhões no Brasil

Lollapalooza-g3t4s1819270Brasília – O volume de recursos movimentado pela indústria de eventos no Brasil mais que quintuplicou em 12 anos. Estudo inédito contratado pelo Sebrae em parceria com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc Brasil) revela que esse segmento movimentou R$ 209,2 bilhões em 2013, o que representa uma participação do setor de 4,32% do PIB da economia brasileira. A pesquisa anterior sobre esse mercado, feita em 2002 com dados de 2001, apontou que a renda anual da indústria de eventos foi de R$ 37 bilhões naquele ano.

A pesquisa foi realizada pelo Observatório do Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense, com apoio do ForEventos (Fórum do Setor de Eventos), e será divulgada na íntegra no dia 14 de outubro na Fecomércio em São Paulo. A renda total desse mercado é a soma dos gastos feitos pelos participantes de feiras, congressos e outros eventos, pela receita gerada com a locação dos espaços destinados a esses encontros e o faturamento das organizadoras de eventos. Em 2013, o Brasil sediou 590 mil eventos, 95% deles nacionais e metade realizada na região Sudeste. Ao todo, eles tiveram a participação de 202,2 milhões de pessoas que gastaram, em média, R$ 161,80 por dia (o que somou gastos de R$ 99,3 bilhões).

O estudo também mapeou a estrutura disponível para os eventos no Brasil. O país tem 9.445 espaços para feiras, congressos e eventos de diversas naturezas que totalizam 10,2 milhões de metros quadrados e 9,2 milhões de assentos. A locação desses espaços gerou, em 2013, mais de R$ 37 bilhões. O aluguel de cada assento para reuniões e afins custa, em média, R$ 9,90 por dia. O preço da locação diária do metro quadrado para feiras e afins é de R$ 11,26. Os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro são os mais procurados para o aluguel de espaços.

A receita das empresas organizadoras de eventos aumentou 18 vezes, em 2013, se comparada a 2001. Ano passado, as mais de 60 mil empresas que organizam feiras, congressos e exposições lucraram R$ 59 bilhões e, em 2002, a receita delas não chegava a R$ 4 bilhões. “Desde 2009 o Brasil está entre os 10 países do mundo que mais sediam eventos internacionais, de acordo com o indicador do International Congress and Convention (ICCA). Os dados mais recentes mostram que, em dez anos, o número de congressos e convenções de negócios internacionais realizados no Brasil cresceu 408%. Entre 2003 e 2013, o total de eventos internacionais passou de 62 para 315. No mesmo período, o número de cidades que sediaram eventos internacionais subiu 145%, passando de 22 para 54 e ainda há muito espaço para o crescimento do setor”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto.

Para a presidente da Abeoc Brasil, Anita Pires, as informações da pesquisa são fundamentais para o planejamento das empresas. “A partir dos dados levantados, os empreendedores podem orientar investimentos, definir a ampliação dos negócios, ver os pontos fortes e fracos do mercado, onde pode haver demandas para novos negócios. Tudo isto é fundamental para a criação de políticas de mercado e de políticas públicas para o setor junto com o poder público”, afirma. Anita Pires ressalta que o dimensionamento é uma ferramenta que vai facilitar a sobrevivência das empresas e motivar o crescimento do setor, que cresce cerca de 14% ao ano.

As expectativas para os próximos anos para o segmento são promissoras. Os grandes eventos internacionais projetaram o Brasil no mundo e vão alavancar o mercado. Além disso, o aumento da renda do brasileiro faz crescer a demanda por eventos artísticos e culturais. O turismo de negócios e eventos é estratégico para o Sebrae desde 2013, quando a instituição fechou uma parceria com a Abeoc Brasil para qualificar a oferta dos serviços oferecidos por essas empresas, aprimorar a gestão dos empreendimentos e promover a certificação de micro e pequenas empresas do setor de eventos, que representam 94% do segmento.

Donos de pequenos negócios que fornecem algum serviço para os eventos também são beneficiados. Rafael Zanini, 32 anos, tem uma empresa que faz shows de lasers em festas, shows, feiras, conferências e exposições Brasil afora. O negócio de Zanini começou timidamente há quatro anos, quando ele percebeu que pouca gente no Brasil trabalhava neste ramo. Em 2011, com o aumento da demanda, resolveu se formalizar, tornando-se microempreendedor individual (MEI). Com CNPJ, passou a atender grandes empresas, que hoje são seus principais clientes. Entre 2012 e 2013, a empresa cresceu 300%.

Parceria – Pelo convênio, as duas entidades fazem, inicialmente, um diagnóstico da situação da empresa. A partir daí são oferecidas oficinas, palestras e uma consultoria direta para aprimoramento da gestão em busca de eficiência e qualidade. Além disso, as empresas participantes do programa podem receber a certificação por meio do Selo de Qualidade ABEOC BRASIL, que proporciona uma referência no mercado aos contratantes que buscam empresas com excelência nos serviços prestados.

No primeiro ano da parceria, mais de 200 empresas se inscreveram para receber a capacitação e 88% delas informam que estão colocando em prática as soluções e boas experiências disponibilizadas pelo projeto – ações que aumentaram o faturamento dessas empresas em 8,78%, em média. Além disso, 116 empresas estão inscritas para receber auditoria independente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a fim de obter o selo de qualidade, que será concedido até o final desse ano. “O mercado de eventos no Brasil está em expansão, mas as empresas precisam se capacitar para oferecer serviços de qualidade. Ao adotar boas práticas de gestão, o empresário ganha alternativas de melhoria de processos, o que aumenta a competitividade dos pequenos empreendimentos”, afirma o presidente Luiz Barretto.

O estudo também traçou desafios e perspectivas do mercado até 2020. Os pesquisadores concluíram que esse segmento vai continuar em ascensão nos próximos anos, mas ocorrerão mudanças no perfil do público, que ficará mais exigente. Haverá ainda a criação de novos nichos como eventos on-line, o que exige um maior preparo dos empreendedores da área. “Cada vez mais companhias internacionais se associam a empresas brasileiras, com a venda dessas empresas para players internacionais, o que é um desafio”, afirma o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. “Por outro lado, deve crescer a demanda por suporte local para a realização de grandes eventos captados por organizadores internacionais, o que é uma oportunidade para as micro e pequenas empresas”, ressalta o presidente do Sebrae.

Os dados compõem o Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos do Brasil 2013/2014, estudo que será lançado no dia 14 de outubro na Fecomércio em São Paulo. A pesquisa faz parte do Programa de Qualidade Abeoc Brasil, em parceria com o Sebrae Nacional e apoio da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

Agência Sebrae

 

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